O III Tribunal do Júri da Capital condenou, na manhã desta quinta-feira (22), o ex-policial militar Ronnie Lessa a 90 anos de reclusão e o ex-vereador Cristiano Girão a 45 anos, ambos em regime fechado, pelas mortes de André Henrique da Silva Souza, conhecido como Zóio, e Juliana Sales de Oliveira, ocorridas em 14 de junho de 2014, na Gardênia Azul, Zona Oeste do Rio.
O julgamento foi presidido pela juíza Tula Correa de Mello e durou mais de 18 horas, tendo início às 13h30 de quarta-feira (21) e encerrando-se às 8h da quinta-feira. Os réus participaram por videoconferência, já que estão presos. Ronnie Lessa cumpre pena pela morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, na Penitenciária de Tremembé, em São Paulo. Já Cristiano Girão acompanhou o júri de uma unidade no Complexo de Gericinó, no Rio.
O casal foi executado em uma emboscada. De acordo com a denúncia, os disparos partiram de outro veículo, e os 33 tiros foram realizados com fuzis AK-47 e AR-15, armamentos de guerra. A motivação teria sido a rivalidade entre Zóio e Girão, que segundo investigações, comandava uma milícia na região à época.
“Ressalta-se a alta capacidade lesiva do autor do delito, sendo certo que foram realizados ao menos trinta e três disparos de fuzis AK-47 e AR-15, de calibres 5,56mm e 7,62mm […] Isso por si só se trata de tamanha desproporcionalidade em relação às vítimas desarmadas”, escreveu a juíza Tula Mello na sentença.
A magistrada ainda destacou o simbolismo do crime: “Trata-se de uma afronta direta ao Estado do Rio de Janeiro. Organizações criminosas agem com o nítido intuito de causar temor generalizado na população, afrontando a própria existência do Estado Democrático de Direito e dos Três Poderes do Estado Fluminense, diante do nítido desprezo pelas instituições e da crença desmedida na impunidade”.
O caso, que se arrastava desde 2014, reforça os vínculos entre milícias, armas de uso e crimes políticos no Rio de Janeiro. A sentença é considerada uma vitória simbólica da Justiça diante da escalada da violência promovida por grupos paramilitares na capital fluminense.
Penas perpétua e de morte já!
Um pegou pena de 90 anos. O outro, tomou 45 anos…
Números da fantasia… nenhum dos dois ficará esse tempo preso.
As leis conferem muitos direitos. Além da progressão de regime, também a remissão de 1 dia a cada 3 de trabalho. Então, talvez fiquem apenas um terço do total presos. E tem a saída temporária em datas comemorativas… (enquanto suas vítimas e familiares que tiveram o ente retirado do convívio abruptamente vivem de recordar o ado, a saudade e a falta, e sentimentos que adoecem)
Como o máximo de cumprimento da pena privativa permita no Brasil é 40 anos, temos que ambos estarão saindo na rua em 15 anos.
É ou não é muito pouco?