Livro de Mario Marques mistura Nova Iguaçu, Nova York e Kansas City em história de afeto e música

Mario Marques relembra a Nova Iguaçu dos anos 80 em romance ficcional que também a por Nova York e Kansas City e recebe amigos, clientes e políticos em noite de autógrafos

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Nesta quinta-feira, 5 de junho, às 18h, o restaurante Hollandaise, na Barra da Tijuca, será palco de um evento especial para a literatura e para a memória dos anos 80, especialmente os de Nova Iguaçu: o lançamento do romance Tudo Acabou Ontem, do jornalista, escritor e publicitário Mario Marques. A noite de autógrafos deve reunir amigos, leitores, clientes e importantes nomes da política e da cultura, em um reencontro marcado pelo afeto e pela saudade de uma cidade que pulsa dentro do livro — e do autor.

“Tudo Acabou Ontem é, antes de tudo, uma carta de amor ao tempo em que eu cresci. E esse tempo a necessariamente por Nova Iguaçu. Não é só o cenário do livro. É o chão onde comecei a sonhar”, afirma Mario Marques.

O livro, que chega com tiragem especial e acabamento de luxo, é ambientado em três eixos narrativos distintos — Nova York, Kansas City e Nova Iguaçu. Mas é esta última que se impõe como coração simbólico da obra.

“Nova Iguaçu não está no livro como paisagem. Está como personagem. Com seus silêncios, suas ladeiras, vinis e noites quentes. Escrevi esse romance para lembrar de uma cidade que era silenciosa, quieta, segura e adorável”.

O protagonista do núcleo iguaçuano se chama Franco — um adolescente que, assim como o autor, cresceu entre fitas cassete, flertes, chuvas tropicais e rádios que tocavam Guilherme Arantes e Spandau Ballet. É em Nova Iguaçu que Franco conhece Evie, uma mulher mais velha, casada, com quem vive um amor platônico.

“A história de Franco é uma colagem emocional da minha juventude cercada de referências”.

Mario Marques fala de Nova Iguaçu com uma ternura que beira o épico. “Era uma cidade onde o tempo ava devagar. A gente ficava horas nas calçadas, olhando o nada. Conversava sobre tudo, menos sobre o futuro. Não havia celular, mas havia vínculo. As amizades eram longas, os romances intensos, e o silêncio… o silêncio era bonito. A gente soltava pipa, jogava bola, esperava o carro do ovo ar. Desenhávamos no chão com giz na Copa de 1982. Era um Brasil diferente”.

Essa memória se traduz em cenas como a do personagem ganhando um videocassete do pai, o ex-prefeito de Nova Iguaçu Mario Marques — momento inspirado na vida real. “Foi meu maior presente. E foi um gesto de afeto que nunca esqueci. A chave do armário, a confiança, o orgulho: meu pai me esperava depois da escola com o videocassete nas mãos. Aquele dia virou parte do capítulo.”

Em Tudo Acabou Ontem, a música não é trilha de fundo — é protagonista.

“Escrevi o livro inteiro ouvindo o U2 dos três primeiros discos: Boy, October e War. Aquelas músicas eram sobre pureza. Sobre acreditar em alguma coisa. O U2 até 1983 não era uma banda de estádio. Era uma banda de garotos com guitarra e fé.”

O personagem Franco ouve U2 com Evie.

“A música ali é código emocional. ‘October’, por exemplo, resume toda a tristeza muda da adolescência. Já ‘Gloria’ e ‘I Will Follow’ são gritos de sobrevivência. O livro inteiro tem ritmo de disco de vinil.”

A noite de lançamento no restaurante Hollandaise não é apenas uma celebração literária. É, como define Mario Marques, “um reencontro analógico”. O autor confirma a presença de diversas personalidades da cidade, entre elas políticos, empresários, jornalistas e amigos da juventude.

“Vai vir muita gente de Nova Iguaçu. É como se eu estivesse devolvendo o livro à cidade que me deu tudo. Quero abraçar cada pessoa que fez parte dessa jornada.”

Mario Marques é conhecido em Nova Iguaçu como Mariozinho. Nasceu e cresceu na cidade e se mudou aos 18 anos para o Rio para se aventurar no jornalismo. Começou jovem, e ou pelas redações de O Globo e Jornal do Brasil. Fundou as revistas Clava do Som e Laboratório Pop, e entrevistou nomes como Bono Vox, Peter Gabriel, Chico Buarque e Sinéad O’Connor, entre centenas de outros.

Mais tarde, migrou para o marketing político e se consolidou como um dos maiores estrategistas de campanhas do país. Hoje, é CEO da agência LabPop e diretor do instituto de pesquisas Prefab Future, focado na análise de comportamento e tendências eleitorais.

“Sou resultado de muitas coisas: música, jornalismo, política. Cada segmento me deu muitos ensinamentos”

Tudo Acabou Ontem é o primeiro de uma série de 6 livros que Mario Marques vai lançar em 2025, ano, em tese, não político. Os outros títulos são:

  • Rock Progressivo: 20 bandas que você não ouviu
    Uma curadoria afetiva e crítica sobre um dos gêneros mais injustiçados da música mundial.
  • Meu Pai
    Biografia pessoal e política de Mario Marques, ex-prefeito de Nova Iguaçu e referência na política local.
  • Por que os institutos de pesquisa erram tanto? (com Henrique Serra)
    Obra técnica que analisa os vícios, limitações e descomos das pesquisas eleitorais tradicionais.
  • O Fim da Geração Woke
    Ensaio provocador sobre cultura do cancelamento, militância performativa e liberdade de expressão.
  • O Emprego em Tempos de IA
    Reflexão sobre o futuro do trabalho e a revolução da inteligência artificial nas profissões tradicionais.

“Esses livros são todos baseados em ado e futuro. Uns vieram da saudade. Outros da indignação. Mas todos nasceram de um desejo de pensar o mundo”.

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