
Endereço mais caro do país para o comércio de rua, a badalada Garcia D’Ávila, em Ipanema, se reinventa para não perder o posto. Após uma temporada amarga de fechamentos — Louis Vuitton, Schutz, Valisere e, em breve, Hermès deixaram ou anunciaram saída da via só neste primeiro semestre —, a Prefeitura do Rio aprovou nesta semana o projeto de reurbanização da rua. A proposta prevê calçadas mais largas, fim das vagas de estacionamento e reforço no prestígio da Garcia como vitrine de luxo a céu aberto.
O plano, apresentado ao município em fevereiro, prevê algumas mudanças que podem impactar parte do bairro. O tráfego de veículos será mantido, mas os carros não terão mais onde estacionar. As calçadas vão ocupar toda a largura lateral da via, criando um eio contínuo para pedestres e consumidores, com direito a sombra, novo paisagismo, vitrines mais visíveis e segurança privada.
A obra será financiada por comerciantes e parceiros privados — modelo semelhante ao que tem sido adotado em ruas do Centro do Rio. A próxima etapa será a captação de recursos.
“Vamos tentar empresas que queiram adotar a Garcia. Ainda não sabemos se vai ser via parceria público-privada, mas vamos fazer acontecer”, diz Ricky Stern, presidente da Associação dos Lojistas e do Polo Turístico e Gastronômico da rua em entrevista a jornalista Lu Lacerda. Para ele, o momento exige ação: É uma nova fase para o comércio da Garcia. Gostaria de lembrar que ruas famosas no mundo inteiro agregam valor à cidade”.
O projeto arquitetônico é assinado por Bel Lobo, João Pedro Neri e o estúdio Cajoo, com articulação do vereador Flávio Valle e apoio de diversas secretarias municipais.