O Parque Nacional da Tijuca hospeda, até junho, a sua mais recente exposição: Favelas e Florestas. Inaugurada no último dia 7 de maio pelo Observatório de Favelas, ela é fruto do projeto homônimo realizado em parceria com o ICMBio, o Coletivo Formigação e o Instituto Sal-Laje.
A mostra apresenta 14 fotografias inéditas, produzidas por crianças e adolescentes das favelas do Salgueiro e da Formiga, na Zona Norte, que revelam os olhares desses jovens sobre seus territórios e suas conexões com a maior floresta urbana do mundo já replantada pelo homem. As imagens são resultado de um processo de formação que ocorreu entre março e abril de 2025, combinando vivências fotográficas e práticas de educação ambiental em meio urbano e florestal.
Isaura Bredariol, Analista Ambiental do ICMBio e responsável pela área Socioambiental do Parque Nacional da Tijuca, complementa o significado desta exibição como uma oportunidade para descontruir preconceitos. “A crise ambiental tem início com a separação entre o ser humano e a natureza. O estigma que responsabiliza a favela pelos problemas ambientais urbanos, além de injusto, promoveu ainda mais essa separação. Mas, a favela sempre resistiu, reinventando as relações ser humano-natureza na vizinhança cotidiana, com conhecimentos populares, práticas ancestrais e tecnologias sociais próprias. Nesta exposição, o visitante é convidado a superar estigmas e conhecer a sensibilidade dessa vizinhança pelas lentes de jovens moradores que já constroem um futuro com mais consciência.”, explica.
A exposição ocupa o salão que fica embaixo da praça de alimentação do Centro de Visitantes Paineiras e propõe uma imersão sensível e interativa nos modos de vida que emergem da relação entre favela e floresta. O espaço é organizado em quatro núcleos: entrada com ficha técnica e texto curatorial; corpo principal com os painéis fotográficos; mesa de interação com miniaturas e cartões postais; e um espaço de convivência com elementos naturais, almofadas, esteiras e sonoridades que evocam a floresta.
“Esse trabalho é um desdobramento direto do projeto Favelas e Florestas, que se propôs a desafiar narrativas preconceituosas que associam as favelas à degradação ambiental. Pelo contrário, ela mostra que os territórios populares possuem saberes ancestrais e tecnologias sociais fundamentais para o cuidado com a natureza e a preservação da Floresta da Tijuca”, destaca Lino Teixeira, coordenador do projeto e do eixo de Políticas Urbanas do Observatório de Favelas.
Por meio da arte, da memória e da escuta ativa, o projeto propõe uma abordagem ética e sustentável que reconhece as favelas como territórios de vida, potência e preservação.
Serviço: Exposição Favelas e Florestas
Local: Centro de Visitantes Paineiras, no salão embaixo da praça de alimentação
Endereço : Estr. das Paineiras – Santa Teresa, Rio de Janeiro
Período de visitação : de maio a junho de 2025, das 8h às 17h
Entrada : gratuita
Favela NENHUMA preservou áreas ambientais originais.
TODAS as favelas devastaram florestas e o meio ambiente local.
Nessas horas ambientalistas e mídias eugenistas fogem do assunto ou distorcem a historia pra manter os favelados na favela e pobreza.