Coronel exonerado após ação no Catete é coautor do livro que inspirou “Tropa de Elite”

Coronel André Batista, exonerado após operação com morte no Morro Santo Amaro, é coautor de "Elite da tropa", livro que inspirou o filme "Tropa de Elite". Ele comandava o COE.

ment
Receba notícias no WhatsApp e e-mail

A exoneração do coronel André Luiz de Souza Batista, anunciada no domingo (08) pelo governador Cláudio Castro, trouxe de volta aos holofotes um dos nomes por trás do livro “Elite da tropa”, obra que deu origem ao filme “Tropa de Elite”, sucesso do cinema brasileiro dirigido por José Padilha em 2007.

Batista era, até então, comandante do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ele foi afastado após a operação no Morro Santo Amaro, no Catete, que resultou na morte de um morador na madrugada do último sábado (07). Também foi exonerado o coronel Aristheu Lopes, então comandante do Bope, batalhão responsável direto pela ação.

“Elite da tropa” foi lançado em 2006 e é assinado por André Batista, Rodrigo Pimentel (ex-capitão do Bope) e o antropólogo Luiz Eduardo Soares. O livro reúne relatos baseados em experiências reais vividas no cotidiano das forças especiais, com foco no Bope, e inspirou o filme que levou a violência urbana do Rio às telas, com uma narrativa marcada pela tensão entre honestidade e corrupção nas corporações.

Formado em Direito pela PUC-Rio e com mestrado em Gestão Empresarial pela FGV, André Batista acumulou agens por postos estratégicos da PM fluminense, como o comando do 9º BPM (Rocha Miranda) e do Batalhão de Polícia de Choque. Também se especializou em técnicas de negociação com reféns, gerenciamento de crises e combate em áreas conflagradas. Em 2000, foi um dos negociadores no caso que marcou o sequestro do ônibus 174, no Jardim Botânico.

Nos últimos anos, ou a ministrar palestras sobre sua experiência nas forças especiais, cruzando o ambiente tático com reflexões sobre liderança e segurança pública.

O também coautor Rodrigo Pimentel comentou a exoneração: “André é um cara muito bom. Muito preocupado com as operações. Não sei o que houve, mas foi um grande erro”. Hoje fora da corporação, Pimentel atua como palestrante e comentarista sobre segurança.

A operação que motivou o afastamento dos coronéis reacende discussões sobre o uso da força e os impactos de ações policiais em áreas densamente povoadas, especialmente na Zona Sul carioca — onde casos de letalidade policial são historicamente menos tolerados pela opinião pública.

ment
Receba notícias no WhatsApp e e-mail

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui