O governador Cláudio Castro anunciou nesta segunda-feira (19) que a Cidade de Deus, na Zona Oeste do Rio, será ocupada por tempo indeterminado pelas forças de segurança do estado. A decisão foi tomada após a morte do agente da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), José Antônio Lourenço, de 39 anos, durante uma operação da Polícia Civil na comunidade.
“A perda de um dos nossos sempre será sentida com dor, mas esse ato covarde não ficará impune. A resposta será dada à altura”, declarou Castro em publicação nas redes sociais, onde também prestou solidariedade à família e amigos do policial. Ele reforçou que “quem fecha escolas, hospitais e paralisa serviços públicos não é o estado e nem a polícia, mas os criminosos”.
Lourenço, que já havia atuado como subsecretário de Ordem Pública do Rio, foi baleado no rosto durante uma operação contra a venda de gelo contaminado comercializado em praias da cidade. Ele estava à frente da equipe que abria caminho para a entrada de policiais das delegacias do Consumidor e do Meio Ambiente, além de técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), até a fábrica de gelo investigada. O agente foi levado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu aos ferimentos.
De acordo com apuração da TV Globo, o disparo foi feito por um atirador solitário, escondido atrás de uma seteira — buraco estreito em muro reforçado, utilizado por criminosos para emboscadas. A polícia identificou o suposto autor do disparo como Ygor Freitas de Andrade, conhecido como Matuê, de 28 anos.
O Disque Denúncia divulgou um cartaz oferecendo recompensa de R$ 5 mil por informações que levem à localização de Matuê e outros envolvidos na morte do agente. Denúncias podem ser feitas pelos telefones (21) 2253-1177 ou 0300-253-1177.
Lourenço é o terceiro agente da Core baleado nos últimos dois meses em ações na capital fluminense, fato que reacende a discussão sobre o grau de risco enfrentado pelas forças de elite em confrontos com criminosos fortemente armados.