A marca carioca de roupas Osklen removeu de suas redes sociais uma publicação (“post”) que divulgava a capa da revista britânica Dazed, estrelada pelo “rapper” Oruam. O artista é acusado de apologia ao crime e é filho e defensor do truculento traficante Marcinho VP, um dos maiores bandidos da história do Rio. A imagem fazia parte de um editorial em que o artista, que responde a processos na justiça, aparecia usando peças da grife. Entretanto, a repercussão foi muito negativa nas redes sociais, pois diversos internautas viram a postagem como oportunista e apoiadora do crime organizado.
A reação do público foi rápida, com comentários como: “É essa a marca que apoia o Comando Vermelho?”; ou “Não compro mais nada na Osklen”. Oruam é polêmico e conhecido pela sua permanente ostentação e pela defesa ao pai, bandido condenado.

Em um comunicado publicado no Instagram, a Osklen afirmou que a “publicação trouxe leituras divergentes em relação ao objetivo” e explicou que a marca supostamente queria divulgar a presença na publicação internacional. O gesto foi detonado nas redes, e publicou uma espécie de cancelamento da marca por alegadamente se associar ao crime organizado, que destrói a paz no Rio de Janeiro desde os anos 1980.
Leia o comunicado na íntegra:
“Gostaríamos de esclarecer que a postagem da Osklen, que trouxe imagens da revista Dazed, não se trata de uma campanha oficial da marca. O editorial foi produzido de maneira independente por uma revista britânica de prestígio, que há mais de três décadas atua como radar da moda e da cultura internacional.
A publicação no Instagram não teve como objetivo manifestar qualquer posicionamento em relação ao personagem, mas divulgar a presença da marca nessa publicação internacional.
Retiramos o post do ar pois entendemos que a publicação trouxe leituras divergentes em relação ao nosso objetivo.
Agradecemos as diferentes vozes que se manifestaram e nos fizeram refletir. Com este comunicado, buscamos reiterar os valores da marca relacionados à inovação sustentável, à moda, à criatividade e à cultura, e reforçar nosso genuíno compromisso com nossos clientes e parceiros e com os princípios que norteiam nossa longa trajetória”.
Praticamente impossível não ter sido uma ação acordada entre os agentes de mídia das empresas impactadas.
Os perfis da “campanha” e dos clientes da marca não combinam.
Lamentável. Mas gosto não se discute, seja em moda, política ou ambos.