O furto de cabos nas cidades atendidas pela Enel já impactou o fornecimento de energia de cerca de 170 mil clientes no Brasil só entre janeiro e abril de 2025. O número, revelado em levantamento da empresa, reflete a alta preocupante desse tipo de crime, principalmente nos estados do Rio de Janeiro e do Ceará.
No estado do Rio, o aumento foi de 142% em comparação ao mesmo período de 2024. Foram furtados 5,8 km de cabos em quatro meses — o equivalente a quase uma volta completa na Lagoa Rodrigo de Freitas. Campos dos Goytacazes lidera o ranking de ocorrências, seguido por Macaé, Niterói e São Gonçalo.
No Ceará, a situação é ainda mais crítica. Foram furtados 76 km de cabos, causando falta de energia para mais de 160 mil clientes. A capital, Fortaleza, concentra o maior número de registros, seguida por Beberibe, Camocim e Cascavel.
Em São Paulo, foram registrados 8.200 clientes afetados e mais de 9.600 ocorrências ao longo de 2024. Apesar da redução de 17% em relação ao ano anterior, a capital paulista continua sendo o principal foco dos furtos.
“O furto de cabos elétricos no Brasil gera graves impactos para a sociedade. Esse tipo de crime afeta as distribuidoras e consumidores em todo o país”, alertou Marcos Madureira, presidente da Abradee (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica). “Além do prejuízo financeiro, há risco real de acidentes, curtos e incêndios.”
Segundo dados da Abradee, só em 2024 foram mais de 28 mil casos de furto de cabos em todo o Brasil, com prejuízo superior a R$ 45 milhões. Ao todo, 130 toneladas de cabos foram levadas por criminosos no ano ado.
Para tentar conter a escalada desse crime, a Enel vem apostando em materiais de menor valor comercial e reforçando parcerias com as forças de segurança. A empresa também orienta a população a denunciar de forma anônima por meio de sua central de atendimento.