Petrópolis: Justiça autoriza município assumir ‘Casa da Morte’ para criar memorial da ditadura

O futuro memorial contará com investimento de R$ 1,4 milhão

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A casa foi utilizada como centro clandestino de tortura e execução de militantes políticos durante a ditadura militar

Usada como centro clandestino de tortura durante a ditadura militar, a chamada “Casa da Morte”, em Petrópolis, terá novo destino. A Justiça autorizou a prefeitura a assumir o imóvel, que será transformado em memorial em homenagem às vítimas do regime.

A decisão é da 4ª Vara Cível de Petrópolis, no processo de desapropriação movido pelo município. Segundo a sentença, o juiz Rubens Soares Sá Viana Junior reconheceu a declaração de utilidade pública do imóvel e autorizou a imissão na posse, destacando a relevância do projeto e a existência de um depósito prévio considerado justo para a indenização dos antigos proprietários.

O futuro memorial contará com investimento de R$ 1,4 milhão do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. A próxima fase do projeto prevê a criação de um plano museológico, curadoria de acervo e um programa educativo que explique a importância histórica do espaço.

Utilizada como centro clandestino de tortura e execução de militantes políticos durante a ditadura militar (1964-1985), a casa ficou marcada por episódios de violência extrema. A transformação do local é resultado das articulações entre a Prefeitura e o Governo Federal, intensificadas desde o final do ano ado com o apoio da Secretaria de Governo e do Ministério dos Direitos Humanos.

Entre os relatos que ajudaram a confirmar o uso do imóvel como centro de tortura, está o da militante Inês Etienne Romeu. Única sobrevivente reconhecida da “Casa da Morte”, ela foi mantida em cárcere por mais de três meses. Seu depoimento foi decisivo para o reconhecimento oficial do que aconteceu no local. Inês morreu em 2015. O imóvel fica localizado no bairro do Caxambu.

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